Wednesday, August 12, 2015

Como tudo começou

Lindas e lindos, quem me acompanha no instagram [segue lá, muitas dicas e receitas: @projeto_jujumagrinha] ou na fanpage do facebook [facebook.com/jujumagrinha] costuma ver postagens com fotos minhas de antes e de agora. Emagreci até o momento 38 quilos, sem bariátrica, sem remédio de emagrecer, só na mudança de vida mesmo. 

Daí que muita gente me pergunta como foi que "consegui". Vivem me perguntando como foi que "decidi" emagrecer.
Na vida real também me perguntam isso o tempo todo. Esses dias minha nova chefe me perguntou e me fez pensar seriamente sobre o assunto.
Eu estava enrolando para responder para vocês porque... Bem... não sei a resposta. O que sei, com certeza, são duas coisas:

1. Não consegui; a batalha é diária. Luto comigo mesma todos os dias. Vamos dizer, então, que eu "estou conseguindo". E assim vou, dia após dia.
2. Não é bem que da noite para o dia eu "decidi" emagrecer. Porque decidir a gente decide todos os dias, não é?! Passei a vida inteira "decidindo emagrecer". Quantas promessas de ano novo, quantas dietas, quantos planos de exercícios mirabolantes... Tudo super decidido, motivação a mil! Um mês depois já tinha desistido.

Então, como que começou dessa vez e como foi que "tenho conseguido" já há um ano???? Vou responder em duas partes, para ver se consigo me explicar direitinho... Então senta que lá vem a história!

A primeira pergunta importante que quero muito responder é o que me fez começar.
Acho que foram três coisas, e vou contá-las em detalhes, porque tenho certeza que, de uma maneira ou de outra, muitos vão se identificar.

"Coisa" número um: o concurso público
 
O que preocupava muito há uns dois anos era a saúde e a dificuldade geral que a obesidade causava.
Porque gente, eu não era gordinha, não! Eu era obesa mesmo. E para agravar, a comida tomava conta da minha vida. Eu só pensava nela. Dia e noite. Ou pensava em comer, ou em fazer dieta. Vocês talvez não tenham noção... Mas a comida me dominava totalmente. Naquela época eu já percebia que aquilo não era normal, mas hoje vejo muito claramente o quanto eu era escrava da gula.
Mas o pior de tudo era a minha saúde. Ela estava completamente comprometida. Mas isso começou a me incomodar e me desesperar muito, muito mesmo, quando passei em um concurso público para o qual eu tinha estudado horrores. Quando começaram a sair resultados, gabaritos, segunda fase... comecei a me preparar para uma eventual posse. Eu estava de saco cheio do meu trabalho e mega infeliz com a minha profissão. Então. passar nesse concurso era a salvação da minha vida, por isso eu queria que quando saísse minha nomeação, tudo estivesse pronto, em mãos, para pedir demissão do meu ex-emprego na manhã seguinte!
Daí que descobri que eu teria que fazer MILHARES de exames médicos. Muitos mesmo. E eu sabia que vários desses exames teriam resultados super negativos, como glicemia, enzimas do fígado, pressão, hemograma. Tudo estava errado comigo. Eu comecei a fuçar apavorada com a possibilidade de não ser aprovada nos exames médicos. Já pensou?! Tinha me esforçado tanto e seria reprovada porque eu era uma gordobesa sem vergonha na cara???? Mas eu tinha vergonha na cara... Poxa, eu tinha estudado na melhor Universidade do país, tinha feito iniciação cientifica, passado na seleção de mestrado, ganhado bolsa da CAPES, sempre tive empregos legais (na medida do que minha profissão de professora permitia). Poxaaaaa, não era verdade que eu era uma folgada, sem vergonha na cara. Mas enfim, meu futuro-emprego estava ameaçado porque eu poderia ser reprovada nos exames médicos. Acho que foi aí que eu fiquei realmente chateada com minha situação. 
De qualquer maneira, logo fui chamada, fiz dieta detox e bebia cerca de 4 litros de água por dia um mês antes de fazer os exames.
Fiz, não foram bons, mas também não fui reprovada. Três meses após a homologação, eu tinha tomado posse e mudado de vida. Só que não. 
Rapidinho voltei aos antigos hábitos alimentares podres e a falta total de cuidados com minha saúde. Mas a sombra da quase-reprovação nos exames médicos continuava sempre presente.
 
"Coisa" número dois: a dor de cabeça
 
Eu sempre tive muita dor de cabeça. Desde minha adolescência. Até tenho fama de hipocondríaca na família, porque remédio nunca faltava na minha bolsa. Havia épocas que as dores eram mais frequentes e piores, outras nem tanto. Mas a dor sempre me acompanhava.
Já tive várias crises, de ir para o pronto-socorro e tal. Ter dores frequentes é muito improdutivo. Eu sempre desconfiei que se melhorasse a minha alimentação, minhas dores poderiam melhorar. Mas nunca consegui me reeducar. Porque melhorar a alimentação não é fazer dietas malucas, porque isso definitivamente não ajuda em nada a enxaqueca.
Há um pouco mais de um ano, iniciei um tratamento com acupuntura para a dor e a ansiedade. Mas não adiantou muito, porque comecei de novo com crises. 
Fui um dia chorando para a enfermaria do trabalho e quem me atendeu foi a melhor medica que já conheci. Ela foi muito compreensiva comigo. Eu estava chorando, desesperada, porque não aguentava mais ter dores todos os dias. A médica foi muito atenciosa e carinhosa. Me fez perguntas que nenhum médico tinha me feito antes. Olhou ate meus dentes (para ver se poderia se ATM).
Me deu várias recomendações e me fez pensar seriamente na minha saúde, de novo.
 
"Coisa" número três: conversar sobre como me sentia e meus sentimentos sobre a comida e o peso
 
Eu acho que nunca tinha falado muito sobre como me sentia em relação aos meus problemas com comida, sobre ser "gordinha" e nem mesmo sobre como me sentia fracassada nesse aspecto da minha vida. São questões muito delicadas e, algumas delas, realmente difíceis de entender. 
O "problema" comida não faz sentido para muitas pessoas... "como assim comida é um problema"? Mas desde que me conheço gente estive às voltas com dietas malucas, perdas de peso rápida, fome, compulsão e ganho de peso. SEMPRE. Então obviamente há um problema aí. Mas nunca tinha falado sobre isso com ninguém.
Sim, ser gorda não é legal, pelo menos para mim não era. E sinceramente, acho que não é para ninguém. Quem gosta de banha sobrando por toda parte? E quem não se incomoda ou se preocupa (mesmo que minimamente) com os problemas de saúde causados pela obesidade? Nunca tinha realmente me aberto sobre essa questão.
Fracassada? Poxa, claro. Afinal eu sempre fui tão dedicada, disciplinada em tudo na vida. Por que não conseguia emagrecer e ficar saudável? Nossa, me sentia realmente um fracasso. Isso me incomodava demais. Acabava mesmo com minha autoestima.
Acontece que meu namorado é uma daquelas pessoas cheias de empatia, sabe? Não é psicólogo, mas nasceu para tal. Ele realmente tem o dom de conversar e entender. Começamos bem aos poucos a falar sobre esses assuntos. Tivemos aqueles tipos de conversas profundas, que faz você pensar sobre você mesmo, entendem? Ele me fazia as perguntas que tinham que ser feitas, mas sem crítica, sem cobrança, sem chatice. Isso foi muito importante. Foi decisivo eu diria!
Falar como eu me sentia fez com que eu percebesse o que eu precisava fazer para mudar. Fui vendo o caminho que eu devia seguir. Fui saindo daquela confusão mental de "omg, sou um fracasso", "meu deus, nunca vou conseguir" e "já fracassei tantas vezes, por que vou tentar de novo?".
Percebi que eu precisava me ajudar e precisar trabalhar mais esse aspecto psicológico da obesidade. Ficou claro que eu podia ser muito boa no estudo, no trabalho, em família... Mas eu precisava me conectar mais ao meu lado emocional, que era frágil e totalmente descompensado em alguns aspectos.
 
Enfim, a mudança de vida
 
E acho que a verdade é que chegou a hora que eu finalmente entendi que precisava cuidar de mim mesma de verdade. Sem dietas malucas, que eu já sabia que não funcionavam, sem tratar apenas os sintomas, mas sim a causa do problema: minha mente de gorda!
Eu achava que faria dieta alguns meses, emagreceria e depois poderia voltar a comer como comia antes. É claro que não é assim. Isso é mente de gordinha. É querer emagrecer, mas não querer se cuidar. Eu finalmente entendi que tinha que me comprometer comigo mesma nesse aspecto da minha vida, assim como me comprometia em outras áreas.
Aí comecei bem aos pouquinhos. Especialmente no começo foi reeducação mesmo. Mas essa é a segunda parte da história e assunto para outro post...
Espero que essa lenga-lenga toda tenho feito algum sentido para vocês e espero que essa história possa ajudar alguém. Bjokas e até mais!



3 comments:

  1. Juju me identifiquei tanto, to nessa luta, mas ainda não cheguei nessa compreensão, QR dizer, cheguei, mas ainda não fui capaz de concretizar... Estudo Ed Física e pra mim isso pesa tanto, sinto esse sentimento mtas vezes de incompetência, mas seus post me animam mto, não sei qndo será meu clic q vai fazer eu realmente mudar, mas estou tentando... Continue escrevendo me faz mto bem ver q algum conseguiu e q eu posso tbm...obrigada por dividir com a gente suas batalhas e suas vitorias!! Bjus

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  2. Juju me identifiquei tanto, to nessa luta, mas ainda não cheguei nessa compreensão, QR dizer, cheguei, mas ainda não fui capaz de concretizar... Estudo Ed Física e pra mim isso pesa tanto, sinto esse sentimento mtas vezes de incompetência, mas seus post me animam mto, não sei qndo será meu clic q vai fazer eu realmente mudar, mas estou tentando... Continue escrevendo me faz mto bem ver q algum conseguiu e q eu posso tbm...obrigada por dividir com a gente suas batalhas e suas vitorias!! Bjus

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  3. Muito legal ju acontece assim mesmo. Alimentação saudável para sempre. 😘

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